sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Contagem Regressiva

É uma morte anunciada
Que não surpreende em nada
Vai morrendo aos poucos
Uma parte a cada dia

E a gente nem liga
Vai vivendo a lida
Mas sabe que vai esvaindo
Cada dia é menos um na vida

Respiração ofegante
Os últimos suspiros
As últimas horas
Os últimos minutos

E a gente vai contando
Até que cheguem os segundos
Então a gente faz o dez, nove, oito
Até que chegue enfim o um

Daí então já não é morte
Que se anuncia
É vida que se renova
Em mais uma contagem regressiva

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Esse Tal de Amor

Às vezes me pergunto se o que sinto é amor. E sinceramente não sei responder. Não é possível explicar essa sensação boa. De se sentir bem só de estar ao lado. Só de estar junto. De se descobrir com um sorriso nos lábios quando a mente evoca um momento qualquer. E se chamar de bobo por ter esse sorriso aos lábios. Não da pra explicar esse sentimento. O sorriso que vem aos lábios só de ver o seu. A vontade de ouvir a sua voz indefinidamente. Sem se importar pelo fato de apenas escutar. É sublime essa vontade de ouvir, simplesmente ouvir o som de sua voz. Essa paz e ao mesmo tempo essa inquietude que me faz sentir. Deve ser algo parecido com isso que chamam de amor. Mas realmente não sei se o é. Quero apenas continuar com esse sentimento bom. E que o tempo me mostre se o que sinto é ou não esse tal de amor.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Ano Novo

Novos ares, Novas atitudes
Promessas que nos fazemos
E raramente cumprimos

Proponho uma mudança
Não se prometa nada novo
Nem se cobre pelo que ficou

Apenas respire o ar do novo ano
E com esse ar em seus pulmões
Sorria, apenas sorria, e sorria de novo
Porque um ano novo está começando

domingo, 25 de dezembro de 2011

O Olhar Mudou

O amor foi chegando
Aos poucos, passo a passo
Sem pressa de ser amor
Deixando-se ser sem alardear

O amor foi acontecendo
Sem alarde, sem aviso, sem pressa
Suavemente foi tomando seu lugar

E então por fim se fez amor
De uma vez, sem avisar
E assim mudou tudo
E assim mudou o olhar

Paz

Paz, simplicidade máxima da complexidade
Necessário tanto para obtê-la
Ou nada também, dependa da vista

Há quem precise de muito
E há quem a encontre com pouco

Há quem se contente com dinheiro
Há quem só precise de um sorriso

Paz, subjetividade máxima de cada um
Com muito ou com pouco
Cada um tem a sua propria

E o muito que buscamos
É esse pouco que encontramos
Nessa enormidade de palavra
Resumida tão sublimemente como paz

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Esse Alguém

Alguém se importa?
Alguém me escuta?
Alguém presta atenção?
Alguém entende?
Alguém realmente olha?

Ninguém se importa
Ninguém escuta
Ninguém presta atenção
Ninguém entende
Ninguém realmente olha

Não se importe
Não escute
Não preste atenção
Não entenda
Não olhe

Assim quem sabe
Alguém se importe
Alguém escute
Alguém preste atenção
Alguém entenda
E esse alguém te olhe

domingo, 18 de dezembro de 2011

Grito Às Paredes

Grito às paredes
Meus infortúnios
Elas não me ouvem
Ficam indiferentes
A meus insultos

Grito às paredes
Meus desabafos
Elas não reagem
São insensíveis
Com meu fardo

Grito às paredes
Eu brado e as insulto 
Desesperado
Com seu silêncio
Mas elas permanecem
Duras, distantes e frias

sábado, 17 de dezembro de 2011

Faço Poesia, Não Me Chamo Poeta


Faço poesia
Não que pretenda ser chamado poeta
Nem sei se mereço tal alcunha
Não sou digno de meus doutos mestres
Os grandes e assim tidos eternos

Peço perdão aos grandes poetas
A Shakespeare e Pessoa peço perdão
A Cecília Meirelles e Olavo Bilac
A Mário Quintana e a Drummond

A todos estes e a outros
Lhes peço a benção e me justifico
Faço poesia, não me chamo poeta

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Escrever

Sento a minha mesa para escrever
A tela branca a minha frente
Pouco a pouco vai sendo preenchida
Pelas letras que compõem cada linha

As mãos se movendo sobre o teclado
Despejando sentimentos e ideias
Procurando as palavras certas
A forma perfeita para a aquarela

Há o momento em que a mão pende
Suspensa no ar como em espera
Aguardando que se forme na mente
O verso que a próxima linha preenche

Assim os versos tomam forma
Palavra por palavra, rima por rima
Então o impasse final se aproxima
O último verso, a última linha

Destinos

Destinos que se cruzam
Paralelos e opostos
Insistem em se aproximar

Destinos que se opõem
Distantes e próximos
Andam lado a lado

Destinos que se sobrepõem
Opostos que se atraem
Insistem em se encontrar

Destinos que se cruzam
Paralelos e opostos
Distantes e próximos

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Do Nada a Lugar Algum

Do nada a lugar algum
De lugar algum ao nada
Tênue linha entre os dois extremos
O nada é o que és
O lugar algum onde chegarás
Mas a decisão é tua
Sê medíocre
E terás o nada e o lugar algum
Mas antes levanta a cabeça
E foge a este destino
Em face ao nada busca a tudo
E do lugar algum vá a algum lugar

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Veio Como Tempestade

Eu estava tranqüilo
Até você aparecer
Você veio como furacão
Se instalou em meu coração

Foi como chuva que se anuncia
Que vem chegando aos poucos
Quando se vê já é tempestade

Foi como terremoto
Abalou minha estrutura
Veio como ventania forte
E suave como a brisa

Veio como tempestade
Como confusão que invade
Tão rápido e tão calmamente
Tomou conta da minha mente

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Dias Tantos

Dias vazios
Horas sem graça
Tempo que fica
Que não passa

Dias longos
Horas mortas
Tempo perdido
Tempo esquecido

Dias tantos
Vão se arrastando
E nesse tempo doido
A gente vai caminhando

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Minha Essência

Nas palavras estou por inteiro
Eu me entrego a seu poder natural
É como se fizessem parte do meu ser
Como uma força sem igual
                                                    
Nas palavras está minha voz
Meus gritos de dor e alegria
Expressão máxima do meu ser
A essência da minha essência

Nas palavras estou por inteiro
Como o palhaço no picadeiro
Esperando a hora da grande cena
Em que se inicia o movimento da pena

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Olhos Marcantes

E quando achei que já havia visto a perfeição
Eis que ela surge novamente, como uma nova visão
A pele como porcelana chamava atenção
Os olhos marcantes como que em afirmação

E quando achei que já havia visto toda sua beleza
Eis que ela surge a minha frente, e me surpreende
Com novos traços, mais detalhes, com outros olhos

E quando achei que já havia visto todo o semblante
Eis que ela surge ainda mais bela que antes
Em seu rosto o sorriso ainda mais radiante
E em meus olhos ficaram seus olhos marcantes

domingo, 4 de dezembro de 2011

O Sonho

Você pode ter certeza
Que nada vai nos separar
Mesmo que ainda não estejamos juntos
Esse dia eu sei que vai chegar

Pode ser apenas um sonho meu
O sonho de um romântico
Mas não sei dizer por que
Eu acredito que vai acontecer

É um sonho que se repete
Mais e mais eu estou certo
Que eu não devo desistir
De sonhar com o que quero

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

A Gente Vai Vivendo

Em minha vida já fiz muitas coisas. Já ri e já chorei. Mandei embora e senti saudades. Já fiz coisas das quais me arrependi. Fiz coisas das quais me orgulhei. Já sorri quando a vontade era chorar. E também já chorei quando a felicidade não cabia num simples sorriso. Já senti ciúmes e não admiti. Já senti ciúmes e foi tão óbvio que não pude negar. Já me calei quando a vontade era gritar. Em minha vida já aconteceram muitas coisas. Muitas boas, algumas ruins. Magoei quem não queria magoar. Também já me magoei. Já fiz muita gente sorrir. E espero não ter feito ninguém chorar. Em minha vida já conheci muita gente. Fiz amigos de uma hora, amigos de um dia, amigos pra vida toda. Eu já perdi pessoas queridas. E também descobri jóias raras. Tenho gente que eu gosto perto. E outras que estão longe. Já fiz muitas coisas. Já ri quando não podia. Já chorei e fingi que estava tudo bem. Já perdi as horas ouvindo música. Já viajei nos meus pensamentos. Já cantei alto achando que não tinha ninguém ouvindo. Em minha vida já se passaram muitas coisas. E a vida é assim. Vai passando. A gente ri, chora, sente saudade, se arrepende algumas coisas. A gente ama, sente ciúmes, tem amigos, conhece gente. E assim é que a vida vai passando. E assim é que a gente vai vivendo.

Fiz da Palavra Minha Voz

Fiz da palavra instrumento
Pra falar de tudo
Pra falar de mim
Pra falar da vida
Pra falar de sentimento

Fiz da palavra companheira
Pra me ser alento
Pra me dar ouvidos
Pra me ver por dentro
Pra estar comigo

Fiz da palavra abrigo
Pra me esconder
Pra me mostrar
Pra me sentir seguro


Fiz da palavra voz
Pra falar de tudo
Pra falar de mim
Pra falar de amor
Pra falar de nós

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Preste Atenção

Preste atenção às minhas palavras
Preste atenção ao que eu escrevo
Cada risada é uma indireta
Cada olhar um pedido discreto

Preste mais atenção em mim
Preste atenção ao que eu lhe disser
Não é tão difícil de perceber
Nem é que eu esconda ou algo assim

Preste atenção em meus olhos
Veja o que eles te falam
Preste atenção às coisas que digo
Preste atenção e perceba os fatos

Preste atenção às minhas palavras
Preste atenção ao que eu escrevo
Preste atenção ao olhar que lhe dirijo
Preste atenção em meu sorriso contigo

Preste atenção às coisas que digo
Preste atenção aos meus pedidos
Cada sorriso é uma indireta
Cada palavra um risco medido

Preste mais atenção em mim
Atenção ao que eu lhe digo
Mais atenção em como eu te olho
Preste atenção em como eu me sinto

A Fraqueza Se Faz Força

Ao seu lado
Já derramei algumas lágrimas
Mas não deixei que percebesse
Pra que não visse minha fraqueza

Mas a fraqueza é minha força
Ela me faz continuar
Pois se a lágrima veio
É porque havia de rolar

E isso me faz forte
Não demonstro a tristeza
Deixo que a lágrima caia
Mas não deixo que me abata

Que role a lágrima
Que faça seu caminho
Que escorra por minha face
Não há porque reprimi-la
Faz parte da minha essência