quinta-feira, 19 de abril de 2012

Não Se Entregue

Cave fundo
Se enterre
Esse medo
Da intempérie

Desça mais
Vá com tudo
Não se deixe
Se entregue

Cave mais
Seja breve
Se esconda
Da intempérie

Desça o poço
Cave a fossa
Não tropece
Não se olhe

Cave, cave
Mais, mais
Corra, corra
Se acovarde

Ou erga-se
Encare tudo
Olhe o mundo
Não fique mudo

Ou erga-se
Grite
Esperneie
Se revolte

Ou erga-se
Olhe a volta
Se encoraje
Não se entregue

domingo, 8 de abril de 2012

É Que Às Vezes a Gente Espera

É que às vezes machuca
A expectativa que murcha
As promessas sem fim
Sem objetivo de cumprir

É que às vezes faz mal
Quando alguém é especial
Mas é máscara que esconde
Debaixo da carapaça o real

É que às vezes a gente não vê
Ou não quer mesmo enxergar
Daí entrega-se sem medo
Esquece os muros e deixa entrar

É que às vezes a gente espera
Sabendo que não deve esperar
Mas aí é que a gente aprende
Que nós mesmos devemos voar

terça-feira, 3 de abril de 2012

Porto Seguro

Porto seguro, um abrigo, um abraço.
Pra matar a saudade, pra matar a vontade.
Porto seguro, um aconchego, um sorriso.
Pra se livrar do cansaço, pra se livrar dos fardos.  
Porto seguro, eu procuro um.  Um porto seguro.
Onde calmamente eu possa chegar. E que me receba doce.
Que me afague os cabelos. Que me olhe nos olhos.  Que me compreenda.
 Porto seguro, eu procuro um. Todos procuram.
Que seja maresia na tempestade. Que seja brisa no turbilhão.
Que seja alento nas horas difíceis. Que seja companhia nas horas alegres.
Porto seguro, eu procuro um onde eu possa me encontrar.

domingo, 1 de abril de 2012

Sou Eu Mesmo

Não sou de artifícios
Não preciso me esconder
Eu sou o que sou

Sou poeta, sou romântico
Sou criança, sou velho
Sou grão de areia, sou gigante

Não sou de artifícios
Eu sou quem eu sou
E não tenho medo de sê-lo

Sou ator, sou inteiro
Sou poeta, eu escrevo
Sou dramático, sou eu mesmo