sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Prefiro a Loucura

Tenho a estranha mania de me nomear louco. Talvez porque não suporte a normalidade, o comum. Inda mais quando este dito normal corrompe aquilo que tenho de mais precioso, os meus princípios e valores. Prefiro a loucura dos sábios, daqueles que se indignam, dos que se insurgem. Prefiro a loucura daqueles que não se acostumam ao caos. Prefiro a loucura dos que se entregam à poesia, aos versos. A loucura dos poetas e filósofos. A loucura dos que são chamados loucos por se mostrarem, por colocarem os sentimentos em palavras, em gritos, em atos. Por isso me chamo louco, poeta, leitor. E a quem queira me dar também tal alcunha, pra mim elogio, e me chamar de louco, de estranho, agradeço sobremaneira, pois que prefiro a minha loucura e a minha estranheza à terrífica realidade de ser normal.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Reflexões Noturnas


Às vezes buscamos respostas às perguntas da vida, às questões primordiais. Quem somos? Por que estamos no mundo? Qual nosso propósito neste planeta que nomeamos Terra? E tais questionamentos nos levam a outros. Por que levantar de nossas camas diariamente e enfrentar o mundo se muitas vezes não o queremos? Por que continuar a rotina louca que nos deixa estressados e muitas vezes a ponto de estourar nossas próprias cabeças? Por que não gritar ante a tudo que nos impele a tal ato? A verdade é que a algo que nos impede e nos mantém presos. Um instinto que nos diz que não é certo fazê-lo. Mas este é mesmo um instinto, ou tão somente nossa cultura ditando o certo e o errado? Ora, o instinto nos manda o contrário, pede que nos libertemos, que demos vazão aos gritos que nossa alma almeja colocar pra fora do peito. É certo que não é o grito a que me refiro, mas sim a que, mesmo que não sempre, deixemos que os brados saiam, ainda que silenciosos em sua forma, e que a rotina seja quebrada, seja transposta. A resposta às questões iniciais certamente não está na rotina diária, talvez esteja mais próxima a nossos instintos, a essas premências de nossa natureza humana. Certo também é que tal resposta não se limita a nossa compreensão limitada do que seja uma resposta, como um conceito que nos é apresentado. A vida ainda é mistério que nos surpreende diariamente. Talvez nem sequer haja uma resposta tal qual nossa visão humana queira encontrar. A rotina faz parte de nós nessa busca, é uma resposta. São rituais aos quais nos submetemos e acostumamos esperando que seja o certo a fazer. Talvez até seja, quem sou ou é qualquer um de nós, meros recipientes de uma alma inquieta, para dizer o que é certo ou errado. Ainda assim, tal rotina deve ser rotineiramente quebrada, transposta, pra dar vazão aos anseios daquela mesma alma inquieta a qual me referia. Por fim deixo aos caros e pacientes leitores que me acompanharam até aqui um último conselho. Deixem sair de suas gargantas um grito, um brado de lamurio, de angustia, de raiva, de alegria qual seja o sentimento que inunda tua alma neste momento. Usem o grito como um sinal, como um meio de libertação da rotina costumeira. Talvez esteja aí o início daquela resposta que almejas.