sábado, 11 de junho de 2011

Prisão


Eu estou aqui só
E fico louco com esse silêncio
Esse ser que quase se materializa
E quase posso pegar com minhas próprias mãos

Eu digo esse ser pois é ele o meu companheiro
O silêncio quase negro
Não quebrado por nenhum ruído sequer

Que lugar é este em que me encontro
Onde o som não existe
E é tudo escuridão
Será que estou dentro de mim mesmo
Da minha solidão

Ou tudo não passa de sonho
Um pesadelo desesperador
Onde meus medos me dominam

E meus medos são esses
O isolamento, a solidão
O silêncio profundo da cela da prisão

Mas a prisão sou eu mesmo
Meus pensamentos, minhas convicções
Minha moral, minha razão

E esta é pior das prisões
Pois eu mesmo a criei
E dela não posso me libertar

Foi construída de material indestrutível
Indestrutível mas quem sabe mutável
Afinal a vida ensina novas convicções

E os pensamentos de hoje
Não são os mesmos de ontem

Quem sabe um dia a porta da prisão se abre
E deixa sair o sentimento puro
Livre de todas as barreiras que a mente impõe

Mas enquanto dominar a razão
E o coração ficar trancafiado na cela
Dominado pelas convicções contrárias
Pelos pensamentos que vão contra a emoção

A emoção, essa expressão da alma
Do que está no fundo do coração
Que a própria razão desconhece

Viverá na prisão
Que eu mesmo criei
A prisão dos meus pensamentos,
Das minhas convicções
Da minha moral
Da razão

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