sábado, 11 de junho de 2011

Sem esses olhos (De Daniel Santos em resposta a Prisão – de L. W. Oliveira)

Sem esses olhos
Daniel Santos
(Resposta a Prisão – de L. W. Oliveira)

É que quando eu vejo o silêncio reina novamente
As grades, as barras estão em todo lugar
Inoxidável é essa prisão
Que vai além do tempo, além do espaço
Me prende no vazio, no silêncio

Mas o silêncio traz o branco
E se torna convidado da liberdade
Ao fechar os olhos é que posso ver
Voar, fluir, arder, desmaterializar
E a difração faz sua parte
Devolvendo as cores
Eis que o negro na visão se transforma
No branco multicor da mente

Que se esvai novamente
Quando abro meus olhos para a razão
Mais uma vez
E mais uma vez
Me torno aquele ser
Que traveste seus tormentos em ética
Que se faz modelo aos alheios

A razão
Doce amargura do pensar
Barras indestrutíveis se fazem novamente
Indestrutíveis?
Eu experimento o mundo sem as barras
E as vejo novamente
Indestrutíveis?
São barras dependentes da observação
São barras dependentes da razão

Finalmente
Enxergo melhor com os olhos fechados
Vivo melhor sem esses olhos...
Olhos fechados...

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