sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Prefiro a Loucura

Tenho a estranha mania de me nomear louco. Talvez porque não suporte a normalidade, o comum. Inda mais quando este dito normal corrompe aquilo que tenho de mais precioso, os meus princípios e valores. Prefiro a loucura dos sábios, daqueles que se indignam, dos que se insurgem. Prefiro a loucura daqueles que não se acostumam ao caos. Prefiro a loucura dos que se entregam à poesia, aos versos. A loucura dos poetas e filósofos. A loucura dos que são chamados loucos por se mostrarem, por colocarem os sentimentos em palavras, em gritos, em atos. Por isso me chamo louco, poeta, leitor. E a quem queira me dar também tal alcunha, pra mim elogio, e me chamar de louco, de estranho, agradeço sobremaneira, pois que prefiro a minha loucura e a minha estranheza à terrífica realidade de ser normal.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Reflexões Noturnas


Às vezes buscamos respostas às perguntas da vida, às questões primordiais. Quem somos? Por que estamos no mundo? Qual nosso propósito neste planeta que nomeamos Terra? E tais questionamentos nos levam a outros. Por que levantar de nossas camas diariamente e enfrentar o mundo se muitas vezes não o queremos? Por que continuar a rotina louca que nos deixa estressados e muitas vezes a ponto de estourar nossas próprias cabeças? Por que não gritar ante a tudo que nos impele a tal ato? A verdade é que a algo que nos impede e nos mantém presos. Um instinto que nos diz que não é certo fazê-lo. Mas este é mesmo um instinto, ou tão somente nossa cultura ditando o certo e o errado? Ora, o instinto nos manda o contrário, pede que nos libertemos, que demos vazão aos gritos que nossa alma almeja colocar pra fora do peito. É certo que não é o grito a que me refiro, mas sim a que, mesmo que não sempre, deixemos que os brados saiam, ainda que silenciosos em sua forma, e que a rotina seja quebrada, seja transposta. A resposta às questões iniciais certamente não está na rotina diária, talvez esteja mais próxima a nossos instintos, a essas premências de nossa natureza humana. Certo também é que tal resposta não se limita a nossa compreensão limitada do que seja uma resposta, como um conceito que nos é apresentado. A vida ainda é mistério que nos surpreende diariamente. Talvez nem sequer haja uma resposta tal qual nossa visão humana queira encontrar. A rotina faz parte de nós nessa busca, é uma resposta. São rituais aos quais nos submetemos e acostumamos esperando que seja o certo a fazer. Talvez até seja, quem sou ou é qualquer um de nós, meros recipientes de uma alma inquieta, para dizer o que é certo ou errado. Ainda assim, tal rotina deve ser rotineiramente quebrada, transposta, pra dar vazão aos anseios daquela mesma alma inquieta a qual me referia. Por fim deixo aos caros e pacientes leitores que me acompanharam até aqui um último conselho. Deixem sair de suas gargantas um grito, um brado de lamurio, de angustia, de raiva, de alegria qual seja o sentimento que inunda tua alma neste momento. Usem o grito como um sinal, como um meio de libertação da rotina costumeira. Talvez esteja aí o início daquela resposta que almejas.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Escuridão

Existe esse vazio
Que nada preenche
Existe essa solidão
Que insiste em ficar

Existe esse medo
Que não vai embora
Existe essa tensão
Que me acompanha

Existe tudo isso
Que não sei nomear
Existe essa coisa
Que não me deixa respirar

Existe esse passageiro
Lado obscuro de mim
Existe essa escuridão
Pra qual é difícil dizer não

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Audazes, Tomai Cuidado

Audazes andantes
Das madrugadas errantes
Tomai cuidado
Na encruzilhada adiante
Com tropeços gigantes
E armadilhas reinantes

Audazes caminhantes
Dos becos distantes
Tomai cuidado
Com os habitantes
Com os diferentes
Com os semelhantes

Audazes pensantes
Das noites insones
Tomai cuidado
Nos caminhos da mente
Com sonhos pedantes
E pensamentos ardentes

Audazes combatentes
Das lutas sem chance
Tomai cuidado
Nos ringues arfantes
Com adversários infames
E pelejas sem nome

Ser Humano em Vídeo

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Ser Humano

Sou ilha em meio ao oceano
Sou dessa raça excomungada
Desses tais Seres Humanos

Sou água no meio do deserto
Diferente sob diversos ângulos
Tenho a alcunha de Ser Humano

Sou ego desses sem tamanho
Ilha deserta dos mares distantes
Caso típico de Ser Humano

Proclamo a independência
Me deserdo deste destino tirano
Quero ser um mero humano 

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Sob a Sombra das Árvores

Deitado sob a sombra das árvores
Observando entre o verde o azul do céu
O emaranhado de galhos formando cadeias
Uma rede de desenhos infindos e naturais

Pássaros fazem desses galhos o seu lar
Numa complexa simplicidade sem par
Os pássaros rapidamente trocam de galho
Como estivessem brincando de pegar

Algumas folhas caem devagar
Simplesmente vão caindo sem pressa
Alcançam o chão num movimento circular
Caem serenas seguindo a corrente de ar

Deitado sob a sombra das árvores
A calmaria invadindo o pensar
Num momento de devaneio
Num raro momento de paz

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Fora de Alcance

Há dias que as palavras não me alcançam
Já não mais transparecem em versos e rimas
Já não me saem como outrora em cascatas
Traduzindo as turbulências de minh’alma

Há dias que o sentimento ficou mudo
Se calou como se chegasse a um muro
Dali em diante já não há mais caminho
Não há palavras que alcancem o destino

Há dias reina o terrífico silêncio
Já não há mais sobre o que desabafar
Não há mais paixão que machuque
Nem beleza que se mereça falar

Há dias que as palavras não me alcançam
Não sei dizer o quanto isso é bom ou ruim
Não sei quão bom é deixar de sofrer
Nem quão tenebroso é deixar de sentir

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Quero Simplesmente Ser Eu Mesmo


Hoje não estou a fim de meios termos. Quero um sim ou um não. Quero dizer a mim mesmo quem sou e o que sou, sem parênteses, sem espaços pra meias verdades, pra senões e afins. Quero dizer a quem queira ouvir. E quem não quer que não perca seu precioso tempo. Vá fazer suas coisas. Cuidar de sua vida. A quem continua me ouvindo digo que estou cansado. Cansado de máscaras, dos personagens dos quais nos travestimos diariamente. Bancários engomados, professores mal pagos, estudantes anarquistas, esquerdistas, centristas, de direita. A quem ainda está aí rogo que se desfaçam das máscaras, da maquiagem, dos meios termos. Se travistam de si mesmos. Sejam verdadeiros, honestos. Não sorria porque é isso que se espera de você. Sorria porque tem vontade, pelo que te dá prazer. Chore quando lhe aprouver. E não diga sempre: não foi nada, está tudo bem. Grite. Esperneie quando tiver vontade. Xingue. Extravase. Dê socos no ar. Não se importe se te chamarem de louco. No fundo terão inveja de sua coragem. Hoje não quero meios termos. Quero um sim. Um basta. Chega de máscaras, de artifícios, de sorrisos amarelos. Os personagens que fiquem de lado, porque eu quero simplesmente ser eu mesmo. 

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Olhar Cruzado

O meu olhar atravessou o seu
Senti na hora que algo mudou
Como nascesse nova esperança
Como viesse uma grande mudança

Mas num instante tudo se perdeu
Você seguiu o seu caminho e eu o meu
Desde aquele momento busco teu olhar
Procuro feito louco o que me fez flutuar

Eu não sei seu nome, apenas vi o seu olhar
Mas como nas mágicas você sumiu no ar
Agora sou um louco que vive a procurar
Por um olhar cruzado que me faça sonhar

terça-feira, 22 de maio de 2012

Superficialidade do Ser

Às vezes me escondo em um sorriso
Numa superficialidade sem sentido

Às vezes me sinto meio perdido
Meio sem chão, sem um destino
Meio badalo, meio sino

Às vezes me sinto um inquilino
Da minha mente um assassino

Às vezes me sinto meio ave de rapina
Vilão perverso de mim mesmo
Herói da minha própria sina

Às vezes me arrisco
Meio adulto, meio menino

Às vezes só me rabisco
Nessa superficialidade sem sentido
Meio maleável, meio arredio

terça-feira, 1 de maio de 2012

Perder o Chão ou Estenda a Mão

É triste perder o chão
Vê-lo se abrir ante a si
Cair no abismo da solidão
Correr sem ter pra onde ir

É triste perder a o chão
A bússola que nos guia
 E ainda assim continuar
E ainda assim caminhar

É triste perder o chão
Perder o foco, a referência
Perder o freio, perder a razão

É triste perder o  chão
Vê-lo se abrir ante si
É triste cair, mas melhora
Quando alguém estende a mão

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Não Se Entregue

Cave fundo
Se enterre
Esse medo
Da intempérie

Desça mais
Vá com tudo
Não se deixe
Se entregue

Cave mais
Seja breve
Se esconda
Da intempérie

Desça o poço
Cave a fossa
Não tropece
Não se olhe

Cave, cave
Mais, mais
Corra, corra
Se acovarde

Ou erga-se
Encare tudo
Olhe o mundo
Não fique mudo

Ou erga-se
Grite
Esperneie
Se revolte

Ou erga-se
Olhe a volta
Se encoraje
Não se entregue

domingo, 8 de abril de 2012

É Que Às Vezes a Gente Espera

É que às vezes machuca
A expectativa que murcha
As promessas sem fim
Sem objetivo de cumprir

É que às vezes faz mal
Quando alguém é especial
Mas é máscara que esconde
Debaixo da carapaça o real

É que às vezes a gente não vê
Ou não quer mesmo enxergar
Daí entrega-se sem medo
Esquece os muros e deixa entrar

É que às vezes a gente espera
Sabendo que não deve esperar
Mas aí é que a gente aprende
Que nós mesmos devemos voar

terça-feira, 3 de abril de 2012

Porto Seguro

Porto seguro, um abrigo, um abraço.
Pra matar a saudade, pra matar a vontade.
Porto seguro, um aconchego, um sorriso.
Pra se livrar do cansaço, pra se livrar dos fardos.  
Porto seguro, eu procuro um.  Um porto seguro.
Onde calmamente eu possa chegar. E que me receba doce.
Que me afague os cabelos. Que me olhe nos olhos.  Que me compreenda.
 Porto seguro, eu procuro um. Todos procuram.
Que seja maresia na tempestade. Que seja brisa no turbilhão.
Que seja alento nas horas difíceis. Que seja companhia nas horas alegres.
Porto seguro, eu procuro um onde eu possa me encontrar.

domingo, 1 de abril de 2012

Sou Eu Mesmo

Não sou de artifícios
Não preciso me esconder
Eu sou o que sou

Sou poeta, sou romântico
Sou criança, sou velho
Sou grão de areia, sou gigante

Não sou de artifícios
Eu sou quem eu sou
E não tenho medo de sê-lo

Sou ator, sou inteiro
Sou poeta, eu escrevo
Sou dramático, sou eu mesmo

quinta-feira, 29 de março de 2012

Às Vezes Estranho

Às vezes estranho
Do estranhar verbo
Às vezes estranho
Do substantivo diverso

Às vezes amável
Do trato agradável
Às vezes amargo
Do peso do fardo

Às vezes calado
Do grande enfado
Às vezes calado
Do caso pensado

Às vezes pedante
Do amor escravo
Às vezes distante
Do mesmo lado

Às vezes caminho
Do verbo andante
Às vezes caminho
Do substantivo difícil

terça-feira, 27 de março de 2012

A Viagem

A estrada passa rápida
Mal vejo as luzes dos carros
Velozmente tudo fica pra trás
As montanhas mudam de forma
O céu de repente muda de cor

Era dia, agora já é noite
As nuvens dão lugar às estrelas
A lua se aproxima no horizonte
Cidades aos poucos ficam pra trás
Suas luzes são como estrelas no chão

Pelos vidros eu vejo a estrada
As curvas, as retas, as paradas
As cidades, as luzes, os carros
O céu, as montanhas e as estrelas

Pelos vidros eu vejo a vida passar
Célere, com pressa de chegar
E assim segue-se a viagem
Em busca do nosso lugar

domingo, 25 de março de 2012

Liberdade

As cores se misturam
A aquarela se forma
Miscelânea incrível
Visão do paraíso

O infinito parece perto
Não existe impossível
A liberdade é evidente
Mistura de horizontes

As cores se misturam
Os quadros se multiplicam
A visão não tem mais limite
Tudo isso é a liberdade

sábado, 24 de março de 2012

Plantação

Olha as campinas verdejantes
O trabalho do homem do campo
A terra que acolhe a semente
O broto que cresce contente

O Sol que alimenta a planta
A chuva que umedece o chão
Num ciclo perfeito e belo
Que dá vida à plantação

O homem prepara o solo
Rega a semente no chão
No chão planta esperança
Planta seu ganha pão

Bela a vida do homem do campo
A esperança que brota do chão
Alimento do rico e do pobre
A sua luta não faz distinção

sexta-feira, 23 de março de 2012

A Música

A música toca a alma
Os acordes transcendem
A mente relaxa e viaja
Todo o cosmos vibra

A música toca a alma
O erudito e o popular
Ela não distingue raça e credos
Toca a todos de modo singular

A música toca a alma
Toca fundo, às vezes trás lágrimas
O embalo dos amantes e dos saudosos
O refúgio dos compositores

A música toca a alma
Orquestras, sinfonias, violas e guitarras
Fortes e pesadas, suaves e calmas
Letras, acordes, melodias

A música transcende o tempo
É tal qual a doce poesia
Toca a alma de quem ouve a melodia

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Saudade do Que Não Foi

Tenho saudade de tudo que não foi
Do beijo que nunca te dei
Do carinho que eu nunca fiz

Tenho saudade de tudo que não foi
Do que ficou apenas na vontade
Do que me fez sonhar acordado

Tenho saudade de tudo que não foi
Do amor que ficou só no sonho
Da alegria que não compartilhamos

Tenho saudade de tudo que não foi
Do beijo, do carinho, do sonho, de tudo
Tenho saudade, mesmo que jamais tenha sido

Decisão

Eu insisto
Em um sentimento sem futuro
É mais forte do que eu,
É mais forte do que tudo
Eu insisto nesse fardo,
Nesse sentimento errado
Eu sei que é hora de deixar pra trás
Mas tudo é tão complicado

Minha vontade não importa
Não obedeço a mim mesmo
Insisto no que eu não posso ter
Parece sina que me persegue
Que não me deixa em paz
Quero encontrar outro conforto
Um outro alguém, um novo rosto

Por mais que procure
Ainda que eu tente
Toda vez que eu suspiro
É você em minha mente
Todo sonho que eu tenho
Cada conquista e emoção
É com você que quero dividir
As alegrias e as ilusões

Eu sei que devo deixar pra trás
Mas por um tempo
Ainda vai permanecer
O sentimento não é pouco
Não é fácil esquecer
Eu te juro eu tentarei
Eu não quero mais sofrer
Por mais que seja difícil
Sei o que tenho que fazer

Escolhas

Encruzilhadas
O que é melhor
Escolhas
Caminhos
Destinos

Decisões que chegam
Embaralham a mente
E as escolhas definem
O destino a frente

Encruzilhadas
O que é melhor
Armadilhas
Pontes
Estradas

Decisões que chegam
Pra mudar o que se sente
E são nossas escolhas
Que mudam a vida da gente

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Quero Lhe Falar

Quero lhe falar do que aprendi
Com as surras que vida me deu
Com os desamores que ganhei
Com os pontapés do destino cruel

Quero lhe falar do que perdi
Das horas que fiquei debruçado
Sobre folhas de papéis espalhados
Pondo meu amor em versos calados

Quero lhe falar do que senti
Da aceleração que me dá no peito
Da alegria infantil quando te vejo
Da força que tem esse meu desejo

Quero lhe falar do que aprendi
Da força que tem um sentimento
Da dor que acompanha o não
Do gelo que quebranta o coração

Quero lhe dizer tudo isso
Das lições que eu aprendi
De tudo que sem perder eu perdi
Desse sentimento que eu senti

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Por Que Te Amo

Por que te amo, vais me perguntar
E como quem ama não saberei responder
Pois que simplesmente amo, não há um por que

Por que te amo, vais me perguntar
E como quem ama não vou poder lhe dizer
Pois que em palavras não consigo descrever

Por que te amo, vais me perguntar
Por que insisto, por que não desisto
Por que me calo e continuo ao seu lado

Por que te amo, vais me perguntar
Por que resisto ao silêncio e ao desamor
Por que me entrego, por que suporto tanto

Por que te amo, vais me perguntar
E como quem ama não saberei responder
Pois que apenas amo, eu não sei o por que

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

A Razão e o Coração

É uma briga eterna
Entre a razão e o coração
Enquanto um te pede que se jogue
O outro que controle a emoção

Muitas vezes você sofre
Por ouvir o incauto coração
Mas não se pode também apenas
Ter consigo a fria e apática razão

Melhor mesmo seria
Que os dois concordassem
Mas até na concordância
Existe um grande senão
Que tudo também depende
De um outro coração

Mas que chegue então o dia
Em que concordem por fim
E que do outro lado esteja
Quem mereça essa atenção
Daí então quem sabe enfim
Haja paz entre a razão e a emoção

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

O Por do Sol

O Sol se pondo ao cair da tarde
A imagem é bela, cheia de vida e de cor
O céu tão azul é o fundo e as nuvens brancas
E os raios dourados do Sol aos poucos se indo

O Sol se pondo ao cair da tarde
Como dissesse com seus raios um até logo
Aos poucos se escondendo sereno no horizonte
Dizendo ante nossos olhos um adeus quente e longo

O Sol de pondo ao cair da tarde
No horizonte se escondendo atrás das árvores
Nas montanhas ao longe sumindo naquela direção
Parte belo e silencioso mas a imagem fica em nossa visão

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Não é Normal

Não é normal que me falte inspiração
Não que me falte o sentimento ou a emoção
Mas as palavras já não vêm tão cristalinas
É difícil até mesmo construir as rimas

Não é normal que me faltem palavras
Não que as fale, mas as deixo escritas
Mas já não vêm como antes vinham
Vêm incertas, sem cor, indistintas

Não é normal que me falte inspiração
Não que se tenha ido completamente
Mas já não é mais como era antes
Quando ao meu lado estava sempre

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Me Perdoe Por Não Saber Sentir

Tristeza veio a mim
Junto com a admissão
Peço perdão por meus erros
Perdão por meus exageros

O sentimento está fazendo mal
Me fazendo te perder de vista
A forma como me tocou
Me fez perder a cabeça

Insisto em não mostrar o que sinto
Me escondo atrás de jogos e risos
É mais fácil, mas também dolorido
E somente nas palavras eu admito

Me perdoe, não pelo que sinto
É um sentimento puro e bonito
Me perdoe sim por te exigir
Me perdoe por não saber sentir

Estou Vazio

Tenho me sentido vazio
Sem esperança que me alente
Meus olhos perderam o brilho                 

Tenho me sentido vazio
O que faço nada significa
O que quero está longe de mim

Tenho me sentido vazio
Irritado com tudo, com todos
Sem forças para os desafios

Tenho me sentido vazio
Sem propósito, sem expectativas
Sem força, sem vontade, sem brio

Tenho me sentido vazio
Como se as forças tivesse perdido
Acho que tenho me sentido sozinho

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Arco-Íris

O Sol às vezes se esconde
Não da o ar de sua graça e candura
No seu lugar se vêem nuvens escuras
E então todo o céu chora sua ausência

A chuva cai, relâmpagos, raios, trovões
Em prantos o céu reclama a presença do Sol
Até que ele volte se ouve os brados desesperados
O céu chora e a terra recebe os seus lamentos

A tempestade reina até que as nuvens se vão
Então mais tranqüilo o céu recebe seu grande ator
O Sol volta à cena reluzente, soberano em seu esplendor
E seu encontro com as lágrimas, no arco-íris se faz cor

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Ouve o Silêncio

Ouve o silêncio dos que falam
Mas que nada dizem em seu dizer
O silêncio das palavras gritadas

Ouve agora o grito dos que silenciam
Mas que tanto dizem em seu silêncio
O brado das palavras que não são ditas

Ouve e presta atenção ao que dizem
Os que gritam e os que silenciam

Percebe então qual deles diz mais
O silêncio dos que bradam
Ou o grito dos que silenciam

Eis a resposta a tal questão
Teu grito aos que silenciam
Teu silêncio aos que bradam

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Às Vezes Acho Que Mereço Mais

Às vezes acho que mereço mais
Mais respeito, mais consideração
Mais sorrisos, mais admiração
Mais carinho, mais atenção

Às vezes acho que mereço mais
Mais palavras, mais sins, menos nãos
Mereço um pouco mais de apreço
Mereço um pouco mais de respeito

Às vezes acho que mereço mais
Que me ouça mais, que me olhe mais
Que perceba mais, que se atente mais
Que eu não seja apenas um a mais

Às vezes acho que mereço mais
Não que não se esforces bastante
Mas em dobro me desdobro antes
E em metade somente se fazes 

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Uma Palavra

Uma palavra é começo
Uma palavra é fim
Uma palavra é muito
Uma palavra é pouco
Uma palavra é tudo        
Uma palavra é nada
Uma palavra é fogo
Uma palavra é gelo
Uma palavra é luz
Uma palavra é sombra
Uma palavra é carícia
Uma palavra é insulto
Uma palavra é chegada
Uma palavra é partida
Uma palavra é partilha
Uma palavra é solidão
Uma palavra é sim
Outra palavra é não

domingo, 29 de janeiro de 2012

Vou Me Jogar

Vou me jogar em teus braços
Se não encontrá-los entenderei
Vou então me jogar no abismo
E sei que lá eu os encontrarei

E vais me segurar em teus braços
E perguntar-me-ás se enlouqueci
Responderei que não, que louco já era
Desde o momento em que te conheci

E novamente dirás que estou louco
Responderei que enlouqueci aos poucos
Que as estrelas foram testemunhas minhas
Das loucuras que punha em algumas linhas

Daí então talvez você compreenda
Que apenas sabia que me seguraria
Era certeza dessas que são intrínsecas
Que do abismo você me salvaria

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Mundo Mundo Perfeito Mundo

Mundo tão vasto como já disse o poeta
Me perco em seus caminhos diversos
Me perco em sua estradas, em suas vielas

Mundo severino disse outro poeta
Me jogo em suas redes de angústias
Em seus mares de lágrimas e amarguras

Mundo belo como devem ter dito outros poetas
Me aventuro em sua beleza desconhecida
Em suas veredas, em seus pontos de interrogação

Mundo mundo vasto mundo, mas isso já é de outro
Mundo mundo perfeito mundo, ensina-me tuas lições
E simples como és responde às minhas interrogações

domingo, 22 de janeiro de 2012

Energia que Transborda

Olhos que me chamam atenção
Energia pura, contagiante
O sorriso sempre no rosto
A alegria que espalha no ar

E o seu corpo acompanha
Energia dos pés à cabeça
Explode na dança em que se solta
E solta se liberta dos seus medos

Contagia quem está perto
Entra na dança sem limites
Os seus olhos dizem tanto
E ela nem sequer sabe

Olhos que me chamam atenção
Que brilham, que contagiam
A força de uma gigante
Energia que sobra, que transborda

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Fiquei Parado

Eu fiquei parado no instante em que eu te vi
Naquela hora mágica em que te conheci
E desde então eu não pensei mais em mim
E desde então foi só você que eu quis

Agora vem consertar essa paixão
Vem dizer pra mim que também me quer
Depois de tanto tempo eu não me esqueci          
Desde àquela hora foi só você que eu quis

Agora vem me mostrar o caminho
Pra chegar até o seu coração
Porque eu ainda penso em ti
Porque eu ainda não desisti

Eu fiquei parado naquele instante
Na primeira vez em que eu te vi
Eu já não consigo e nem quero esconder
Hoje tudo o que eu mais quero é você

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Um Amor Que Não Existe Mais

Guardei um amor que já não existe mais
Guardei somente pra entregar a você
Um amor que é além, que é muito mais
Um amor desses que já não se faz

Guardei um amor que ultrapassa a mim
Guardei somente pra entregar a você
Um amor que é maior, que é sem limites
Um amor desses que já não existe mais

Guardei um amor desses que já não se faz
Guardei somente pra entregar a você
Um amor sem outro igual, sem par
Um amor desses que já não existe mais

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Eu Te Amo

Eu te amo
Não importa como
Se como pai,
Ou como irmão            
Eu te amo
Não importa como
Se como amigo
Ou como homem

Eu te amo
Não importa como
Se como santo
Ou como insano
Eu te amo
Não importa como
Se como esperto
Ou como tolo

Eu te amo
Não importa como
Se como amigo
Ou como homem
Eu te amo
Não importa como
Se em demasia
Ou muito pouco
Eu te amo
E isto basta

domingo, 8 de janeiro de 2012

Mais Um Escrito

Pus-me a pensar em que escrever
E nem sequer uma palavra me veio
Como uma abstinência que me desse
Do ópio sagrado dos versos calados

Os versos calados que calam meu ser
Prisioneiros do meu próprio medo
Libertos nas palavras que escrevo
Como os brados de minha alma difícil

E como o ópio a palavra me é alívio
Os versos calados ganham voz
Da garganta já não saem como grito
Pois ganham vida em mais um escrito

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

O Último beijo

Sonho de nós mortais
Encontrar a paz
Nos doces braços
Com que nos abraça
Essa terrena interrogação
Que nos assombra

O temido fim
Por vezes desejado
Em seu doce embalo
Em seu canto agridoce
Que chega calmo
Ou então vem repentino

Entregue-se sereno
E não tenha medo
Olhe em seus olhos
E receba da morte
O terno abraço
E seu último beijo

Silêncios

Silêncios repentinos
Silêncios repetidos
Assombrosos artifícios
Insensatos desafios

Silêncios armados
Silêncios marcados
Olhares vívidos
Amargor sentido

Silêncios repentinos
Silêncios armados
Silêncios repetidos
Silêncios marcados

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

É Bom Estar Ao Seu Lado

É tão bom estar contigo
Compartilhar do teu riso
Interpretar teus olhares
Ficar perto mesmo
Como apenas um amigo

É tão bom ver seu sorriso
Rir das suas caras e bocas
Rindo das que são minhas

E tão bom estar perto
Tão bom estar contigo
Estar no mesmo espaço
Ter contigo um tipo de laço
É bom estar ao seu lado